Qual a diferença entre CBD e CBG
A planta da Cannabis possui mais de 1500 componentes químicos. São mais de cem fitocanabinoides, como CBD e CBG, com diferentes propriedades medicinais.
Como temos mais de uma centena de canabinoides descobertos até hoje, vamos aqui dividir nas seguintes classes:
Principais canabinoides: canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC);
Canabinoides menores: canabicromeno (CBC), canabigerol (CBG), canabinol (CBN), canabinodiol (CBDL);
Outros canabinoides: canabielsoína (CBE), canabitriol (CBT), canabiciclol (CBL).
Qual a principal diferença entre canabinoides?
Como verá neste artigo sobre as diferenças entre CBD e CBG, os canabinoides possuem diferenças significativas entre eles. Cada um deles atua de uma determinada forma, principalmente, pela sua composição específica.
Além disso, os canabinoides possuem ação sinergética, ou seja, um tipo age em conjunto com o outro e, assim, conseguem atuar com maior eficiência no organismo. Por isso muitos medicamentos utilizam espectro total dos canabinoides presentes na planta, pois surtem efeitos melhores do que aqueles que possuem compostos isolados.
O canabidiol CBD é um dos mais conhecidos, junto com o THC. Isso porque ele é um dos mais abundantes na planta e, também, é o canabinoide com melhor custo-benefício para extração. É importante lembrar que o CBD não possui efeito psicoativo, ou seja, ele pode ser utilizado de forma segura para fins medicinais, sem maiores problemas.
Por isso, ao utilizar medicamentos com CBD como princípio ativo, você não terá problemas, por exemplo, para realizar suas atividades no dia a dia, como dirigir, operar maquinários, entre outros. Outro ponto vantajoso é a versatilidade desse canabinoide, que pode ser encontrado em versões:
Óleos, gomas, cápsulas, cremes, entre diversos outros.
É uma das mais conhecidas, principalmente, porque a sua descoberta foi responsável por trazer a mudança sobre a visão acerca da Cannabis nos últimos anos, alavancando as pesquisas sobre o uso medicinal dela.
Alguns de seus efeitos no organismo são:
Ansiolítico, imunossupressor, anti-inflamatório, neuroprotetor, antiemético, sedativo, anticonvulsivo, antitumorígeno (anticancerígeno), antioxidante, antiespasmódico, antipsicótico, propriedades neuroprotetoras, auxílio na saúde cardíaca, tratamentos de pele (acne, eczema, entre outros).
Assim, alguns dos quadros cujo tratamento se beneficiam no uso do canabidiol são:
Transtorno de Ansiedade Generalizada, tratamento de lesões esportivas, inchaços, hematomas, entre outros, náuseas e vômitos, podendo ser um bom suporte para tratamentos quimioterápicos, depressão, autismo, câncer, dependência química, reumatismo, dor de cabeça, enxaqueca, fibromialgia, insônia, obesidade, quadros de pânico, Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT), entre outras.
O CBD é gerado por meio da descarboxilação de outro canabinoide – o CBDA. Ambos possuem estruturas e efeitos químicos muito parecidos, mas esse segundo ainda não é tão pesquisado quanto o primeiro.
O CBG (canabigerol) é uma das bases para a produção de outros dois canabinoides: CBD e THC e vem, também do ácido cannabigerólico (CBGA), que é conhecido como a “mãe de todos os canabinoides”. Contudo, a sua concentração é pequena na planta: normalmente menos de 1%.
Para evitar desperdícios, a sua extração precisa ser muito precisa. Por isso, o seu custo de obtenção é relativamente alto em comparação com outros e, por isso, temos ainda poucas medicações no mercado que o utilizam como princípio ativo.
Ele foi descoberto em 1964, contudo, quando pesquisadores estavam analisando o haxixe, o que fez com que a equipe acreditasse que era um constituinte do haxixe. Em 1975, finalmente, descobriram a sua presença na Cannabis.
É um canabinoide que interage com os receptores CB1 e CB2 no sistema endocanabinoide humano. Por isso, há a hipótese de que o seu uso fortaleça a função da anandamida, um neurotransmissor que auxilia na regulação de funções importantes, tais como:
Motivação, prazer, apetite, sono.
Seus efeitos no organismo são:
Anti-inflamatório, ansiolítico (auxiliando no tratamento de ansiedade e depressão), anticonvulsivo, analgésico (podendo ser ainda mais potente do que o CBD ou TCH para este fim), sedativo, antitumorígeno (anticancerígeno), estimula o apetite, redução da pressão intraocular (auxiliando no tratamento do glaucoma).
Essa última ocorre porque temos receptores endocanabinoides nas estruturas dos olhos, com os quais o CBG liga-se facilmente. Além disso, ele é um vasodilatador e, com isso, consegue reduzir a pressão intraocular, um dos fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma.x
Outra propriedade importante do CBG é a capacidade neuroprotetora, o que pode auxiliar nos tratamentos de questões degenerativas do sistema nervoso. Por exemplo, a Doença de Huntington (quadro genético fatal que causa degradação progressiva das células nervosas no cérebro) pode ser retardada por meio desse canabinoide.
Também temos evidências de que o CBG possui potencial importante para o tratamento de anomalias inflamatórias intestinais e aquelas que possam causar disfunções na região da bexiga.
Importante frisarmos que a Cannabis possui mais de 100 canabinoides que estão sendo estudados, justamente, para que possamos ter mais possibilidades de uso medicinal segundo as propriedades descobertas.
Outro ponto é: a planta não é composta apenas de canabinoides. Temos, ainda, outros 1495 compostos, e muitos deles possuem propriedades importantes para os cuidados com saúde. Estão entre eles:
91 esteroides;
46 polifenóis;
121 terpenoides;
110 terpenos;
19 flavonoides;
49 flavonoides glicosados, além de 882 compostos que ainda não foram devidamente estudados.
Por isso a planta tem ganhado tanto destaque na comunidade científica, com as quebras de paradigmas preconceituosos sobre a planta. Afinal, com a Cannabis é possível, com um tratamento conjunto, reduzir uso ou substituir medicações tradicionais que podem não surtir mais os efeitos desejados ou que estejam causando efeitos colaterais que estejam prejudicando a qualidade de vida.
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